Graph Search,
capaz de buscar não apenas por termos e palavras-chave, como também por
pessoas associadas ao que gostam de fazer, ao tipo de música que gostam
de ouvir e a que lugares costumam frequentar.
Com seu poderoso algoritmo
de busca direcionada, o Graph Search deixou a turma do Google
preocupada. A nova ferramenta une o poder de busca com o qual já estamos
acostumados aos artifícios de localização, compartilhamento e
preferências pessoais do Facebook, funcionando de maneira mais completa
que o tradicional motor de buscas da gigante da web. Assim, ao digitar
"amigos que estudaram na PUC e gostam de Star Wars", o usuário pode
utilizar os filtros que desejar para encontrar as pessoas que se
enquadram exatamente em seus requisitos de busca.
Ao unir a
enxurrada de informações trazidas pelo Facebook a respeito de cada
pessoa que possui um perfil na rede com um poderoso sistema de pesquisa,
a ferramenta também encantou os cibercriminosos e se tornou uma faca de
dois gumes. Enquanto auxilia os usuários a encontrar exatamente aquilo
que procuram, expõe facilmente suas informações e as colocam nas mãos de
pessoas mal intencionadas, transformando o usuário em um alvo fácil.
Se
o Google já representava uma mina de ouro de informações para os
cibercriminosos, o Graph Search é um prato cheio: dados como locais mais
frequentados, tipo de atividade preferida, círculo de amigos, endereço,
local de trabalho e locais de lazer poderão ser facilmente coletados e
arquivados. A partir de então, elaborar links
falsos para atrair a vítima ficará ainda mais fácil. A privacidade, tão
defendida pela rede social, pode ser transformar em vulnerabilidade.
A
nova ferramenta abre um leque de oportunidades para as tentativas de
phishing (sequestro de dados pessoais) justamente por ser um meio
simples e completo de adquirir informações. Se um usuário fizer uma
viagem a Nova York, por exemplo, o cibercriminoso poderá adquirir mais
informações a seu respeito, enviando armadilhas mais elaboradas, como um
questionário.
Não será nada difícil bolar um texto em um link
malicioso dizendo: "E aí, o que achou de Nova York? Preencha o
questionário, coloque suas impressões e concorra a um novo pacote de
viagem". Diferentemente do famoso "Eu mudei a cor do meu Facebook", os links
maliciosos baseados no Graph Search poderão pegar usuários com
argumentos sólidos, com base naquilo que realmente faz parte de sua vida
e descreve seus gostos, preferências, impressões e até mesmo dados
críticos, como número do cartão de crédito.
Quando a ferramenta
se tornar popular, os usuários começarão a descobrir que possuem muito
mais informação circulando na rede do que imaginavam. E isso, somado ao
que os amigos (e amigos de amigos) compartilham, marcam e curtem, acaba
gerando uma avalanche de informações.
Um elemento agravante é o fato de usuários não estarem cientes do perigo ou simplesmente não saberem como usar os controles de segurança e privacidade para navegar no Facebook.
É altamente aconselhável marcar a opção de navegação segura (HTTPS),
tomar cuidado com as "pegadinhas virtuais" e proteger ao máximo
informações como fotos, postagens no mural, comentários e marcações,
tornando tudo isso o mais privado possível. E claro, definir o público
que pode visualizar conteúdo pessoal na rede.
Por enquanto, a nova ferramenta está apenas em fase inicial, mas é bom tomar cuidado: os hackers já estão à espreita desde o primeiro dia.
* Vander de Castro é Country Manager da Avast no Brasil.
No dia 15 de janeiro, o Facebook finalmente revelou o que todos tanto esperavam: sua nova ferramenta de buscas, o 26 de jan. de 2013
Busca Social do Facebook: um prato cheio para ataques na web
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